Levantamento aponta que, entre valores pagos e empenhados, o montante destinado a uniformes e tecidos em 2025 já consome recursos significativos que poderiam reforçar a saúde e infraestrutura.
A Prefeitura de Cururupu, sob a gestão do prefeito Aldo Luis Borges Lopes, oficializou a renovação e manutenção de contratos de malharia que, no valor global, ultrapassam R$ 2,57 milhões. No entanto, além da previsão orçamentária, os dados de execução financeira de janeiro a dezembro revelam que a gestão municipal já movimentou cifras milionárias com as duas empresas que detêm os contratos.
Até o momento, o município já efetuou o pagamento de R$ 1.182.687,93 e possui um montante empenhado (reservado para pagamento) de R$ 1.545.596,13.
Raio-X dos Pagamentos (Janeiro a Dezembro)
Os dados detalhados mostram a fatia de recursos destinada a cada fornecedor:
Empresa
CNPJ
Valor Pago (R$)
Valor Empenhado (R$)
LENNY MAGAZINE LTDA
13.230.895/0001-00
579.412,71
857.250,27
S L BRAZIL COMÉRCIO E SERVIÇOS
26.716.668/0001-23
603.275,22
688.345,86
TOTAL
1.182.687,93
1.545.596,13
Dados do Portal da Transparência
Dados do Portal da Transparência
Distribuição entre as Secretarias
Os novos contratos, publicados no Diário Oficial nesta quinta-feira (18) e com vigência até 2026, dividem o custo total de R$ 2.571.236,54 da seguinte forma:
Saúde: R$ 846.703,87
Fazenda, Planejamento e Administração: R$ 753.889,44
O volume expressivo de recursos destinados à confecção de fardamentos e materiais de malharia ocorre em um momento em que a população cobra melhorias em áreas sensíveis. Especialistas em gestão pública ressaltam que, embora o uniforme seja necessário, o gasto de mais de R$ 1,1 milhão já liquidado em um único ano levanta debates sobre a eficiência da aplicação do dinheiro público.
Enquanto os contratos de malharia seguem com fluxo financeiro regular, setores como a saúde básica, a recuperação de estradas e o investimento em escolas permanecem no radar da comunidade como áreas que necessitam de aportes emergenciais.
A divulgação desses números reforça a necessidade de fiscalização por parte da Câmara de Vereadores e dos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), para garantir que os serviços contratados estejam sendo entregues na mesma proporção dos pagamentos efetuados.