O Ministério Público do Maranhão (MPMA) instaurou um Inquérito Civil para apurar a conduta do servidor público Tiago Bruno Santos Sales, suspeito de receber remuneração sem exercer suas funções na Prefeitura de Buriticupu. A investigação foi formalizada por meio da Portaria de Instauração nº 10006/2025, assinada pelo promotor de Justiça Felipe Augusto Rotondo.
A apuração teve início a partir de uma denúncia anônima enviada à Ouvidoria do MPMA, relatando que o servidor estaria atuando em seu açougue particular, o “Bruno Carnes”, durante o horário de expediente, o que configuraria ausência injustificada do serviço público.
Segundo o Ministério Público, já há registros de antecedentes funcionais envolvendo Tiago Bruno, inclusive com a celebração de acordos de não persecução cível e penal por condutas semelhantes. Esses episódios anteriores estão documentados nos autos de dois processos: um que tramita sob o nº 0000068-75.2021.8.10.0028 e outro referente a uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa, de nº 0800206-09.2021.8.10.0028.
Além da suspeita de enriquecimento ilícito e dano ao erário, o MPMA também aponta para possível omissão de superiores hierárquicos e demais agentes públicos encarregados da fiscalização da frequência dos servidores e do controle da folha de pagamento.
Medidas iniciais
Como primeiras providências, o promotor determinou:
- A requisição à Procuradoria-Geral do Município para que instaure, com urgência, um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o servidor investigado, com envio do procedimento ao MP em até 10 dias após sua conclusão;
- A solicitação de documentos ao Departamento de Recursos Humanos da Prefeitura de Buriticupu, incluindo ficha funcional completa, registros de frequência e comprovantes de pagamento referentes aos últimos cinco anos;
- A notificação formal de Tiago Bruno Santos Sales, que terá o prazo de 10 dias para apresentar manifestação por escrito sobre os fatos.
O inquérito visa apurar responsabilidades por eventual prática de ato de improbidade administrativa, além de identificar falhas no controle da gestão pública municipal. O procedimento foi registrado no Sistema SIMP do Ministério Público e publicado no Diário Eletrônico da instituição no dia 16 de julho de 2025.