Bioeconomia do Babaçu: Indústria Sustentável Gera Renda e Qualidade de Vida em Coroatá, interior do Maranhão

A revolução silenciosa da bioeconomia está em pleno andamento na Região dos Cocais, no Maranhão, onde a startup Apoena, apoiada pelo Sebrae, transformou o humilde coco babaçu em um motor de desenvolvimento sustentável. A iniciativa está garantindo renda e dignidade para 32 famílias de quebradeiras no município de Coroatá.

A Mudança de Paradigma: Da Quebra Manual ao Aproveitamento Total

O grande diferencial do projeto é a mudança na cadeia produtiva. As quebradeiras, antes submetidas a um trabalho exaustivo de quebra manual para extrair apenas a amêndoa, agora vendem o coco in natura para a Apoena. Isso otimizou o serviço e aumentou significativamente o lucro.

A inovação da startup reside no aproveitamento integral do fruto, explorando todas as suas camadas para gerar valor agregado:

  • Epicarpo (fibra externa): Vira adubo e fontes de energia.
  • Mesocarpo: Utilizado na produção de farinha, cosméticos e biocombustíveis.
  • Endocarpo (camada dura): Transformado em carvão ativado, usado em tratamentos de saúde e filtração de água.
  • Amêndoa: Processada para a produção de óleo e o tradicional azeite, agora com quebra mecanizada.

Desde 2019, a empresa já processou mais de 268 toneladas, gerando 10 empregos diretos e sustentando as famílias fornecedoras.

Babaçu no Mundo: Destaque na COP30

O Maranhão detém a maior população do país vivendo da extração do babaçu. O potencial desse modelo será projetado internacionalmente na COP30 (2025).

Neste evento, a Apoena apresentará, com o apoio das comunidades, seus produtos, com foco especial no bioativo para diesel. Este aditivo natural, desenvolvido a partir do babaçu, promove maior eficiência na combustão e reduz as emissões de $\text{CO}_2$, posicionando o fruto como um bioativo amazônico chave na luta contra as mudanças climáticas.

O sucesso do negócio não só fomenta a economia local, como reforça a importância da preservação dos cocais para garantir um futuro sustentável, como ressaltado pela quebradeira Maria Leonarda Brandão.